sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Mercado saturado? Não na área internacional


Para quem mora num país pobre, o mercado nunca está saturado. Isso porque os países pobres sempre podem fornecer serviços mais baratos para os países ricos. Basta querer.

Pense: call center na Índia, mão de obra barata nas fábricas chinesas. 

Quando o país é grande o suficiente, isso também ocorre dentro de uma nação. Por exemplo: os médicos do Sudeste vão atuar no Norte. 

O Brasil sendo como é, apresenta essas assimetrias até em locais muito próximos. Quer ver? Os paranaenses gostam de trabalhar com mineiros, porque acham que os mineiros trabalham duro. 

Se você tiver abertura para atuar internacionalmente, pode muito bem vender serviços a um preço razoável para os países ricos e ainda assim ser hiper competitivo no mercado de destino. Você vai, em termos técnicos, fazer arbitragem do preço da mão de obra. 

Os brasileiros são “killers”, ou seja, são profissionais requisitados em sites de freelancers. Justamente porque trabalham muito bem e podem tirar vantagem do real desvalorizado. Veja um site como o “Fiver” e confira a quantidade de trabalhos que podem ser vendidos por lá. 

Até agora estou falando de modo genérico, estrutural. Se você parar para avaliar os serviços de alto valor e alta qualidade, verá que a situação é realmente muito interessante. 

Sites como o Gerson Lehrman Group, que permitem a venda de serviços de consultoria freelance, são suficientes para pagar as contas de uma pessoa. Eu mesmo já vendi muitos serviços por lá. 

E isso é só o mínimo do mínimo. Se partirmos para o campo de pessoas que se dedicam seriamente a exportar sua expertise, é fácil achar casos de brasileiros recém-formados que faturam 60 mil USD por ano (uns 25 mil reais por mês). Mas o sujeito tem que cumprir 3 requisitos: falar bem inglês, ter gana de trabalhar e ter algum conhecimento especializado. 

Mas qual é o jovem recém-formado que não tem essas 3 coisas? Talvez o inglês não esteja num nível ideal e precise melhorar. Mas, fora isso,  há uma massa enorme de engenheiros, programadores, ilustradores, economistas, administradores, contadores, advogados e afins que estão prontos para pegar no batente, seja qual for o serviço (o “job”).

Como o Brasil é um lugar muito duro, muitas dessas pessoas acabam recorrendo a bicos ou adotam profissões como motorista de Uber, etc. Trabalham num nível muito inferior à sua eficiência máxima. Mas não tem que ser assim. 

Com um pouco de orientação, um brasileiro pode competir pau a pau na prestação de serviços de alto nível no mercado internacional. 

Com a vantagem enorme de que seus serviços serão provavelmente muito baratos.

Este post foi só para introduzir a ideia. Aos poucos vou falar mais em detalhes das oportunidades para cada profissão. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários servem para discussões teóricas e para comentários políticos e econômicos. Se você precisa de auxílio em matérias de Direito Internacional, escreva para contato@adler.net.br.