Como venho documentando neste blog há anos, o governo brasileiro deseja acabar com o sigilo entre advogados e clientes e entre padres e confessores.
Com a derrota de hoje (vejam link ao final), o governo já pode, no total;
i) ter acesso, sem mandado, aos pagamentos de honorários que os clientes fazem aos advogados;
ii) violar sigilo de procedimentos arbitrais administrador por câmaras de arbitragem, mesmo quando as partes estão representadas por advogados.
Lembrando que, devido à fraqueza e falta de fibra do Conselho de Contabilidade, o governo já pode exigir que contadores compartilhem informações de clientes com o governo e que denunciem operações de seus clientes, sem avisar os clientes. Lembrando que, dentre os clientes dos contadores, estão muitos escritórios de advocacia.
Assim, o sigilo entre cliente e advogado caminha para tornar-se somente uma regra sem aplicação material.
Esta perda de privacidade reflete bem o terrível estado de nossas faculdades de direito, de nossos doutrinadores, de nossos juízes e da própria OAB. Deixamos que o governo, passo a passo, eliminasse um dos pilares da profissão. Fomos incompetentes e fracos.
Em paralelo a esta derrota humilhante, a OAB ainda patrocina campanhas para que os advogados recebam honorários maiores e cobrem melhor dos clientes.
Eu acho o contrário. Depois deste fracasso, os honorários legais e a tabela da OAB deveriam ser reduzidos em 75%. Admiraria que os clientes ainda confiassem nos advogados, já que a classe inteira dos advogados não foi capaz de defender a si mesma.
Temo que um dia uma confissão entre um fiel e um padre seja gravada e utilizada como prova numa investigação tributária.
O que fazer para reverter isso? O que fazer?
Justiça Federal mantém a e-Financeira | Valor Econômico:
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