sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Seguir ou não a área internacional? A dúvida de muitos estudantes


Caro Adler Martins,

Olá!

Meu nome é Themis, sou estudante de Direito da UFG - Univ. Federal Grega (terceiro ano).

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo blog. Já li quase todos os artigos, praticamente os devorei, estão todos muito claros e bem escritos!

Gostaria de uma orientação sua, se possível.

Sempre me interessei por direito internacional. Penso em seguir carreira, pois comércio exterior chama a minha atenção desde a época de vestibular - apesar de gostar de vários assuntos de Direito.

Gostaria de saber basicamente três coisas: se o trabalho de um advogado nessa área é dinâmico como parece ser, se você viaja bastante e, por fim, como você me aconselha a prosseguir daqui pra frente, já que estou optando por esta área.

Sou uma mulher apaixonada por conhecimento. Tudo que significa mesmice, estagnação, rotina, me desanima. Não sei se você também era tão ansioso quanto eu na sua época de faculdade, mas eu constantemente me pergunto o que fazer com as coisas que aprendo e qual rumo tomar. Nunca tive certo na minha cabeça se queria seguir a advocacia ou se queria concurso público. Faço estágio no TRF2 há alguns meses, elaboro sentenças de 2ª instância (votos). Adoro o que estou fazendo, mas me pego pensando se não é apenas porque ainda tudo pra mim é novidade. Me questiono se, como funcionária pública, não cairia no tédio diante das mesmices. Antes também estagiei num escritório de perícia contábil e tributária. Lá tive a oportunidade de conhecer um pouco a rotina do advogado - sem dúvida me parece um trabalho onde vc é mais pressionado, um clima mais estressante, desgastante...

Ah! Pro mercado atual, é necessário saber algum outro idioma além de inglês e espanhol? Qual a importância de intercâmbios? Os escritórios me dão a oportunidade de me tornar intercambista? (Quantas perguntas...rs)

Qualquer informação útil é bem-vinda!

Agradeço pela atenção e te desejo sucesso no seu trabalho,

Themis

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Cara Themis,

Não poderia deixar de responder um email tão entusiasmado. 

Desculpe pela demora. É que estava terminando um artigo muito importante, sobre contratos entre os países do BRIC. Envio em anexo. Espero que você goste.

Você tem o perfil típico de quem gosta de internacional: o estudante de direito que não se encaixa em lugar nenhum. 

Vou dar algumas dicas:

     Aprenda chinês; (atualizado  em 2016) Aprenda inglês muito, muito bem. Procure obter um diploma de proficiência, como o de Michigan. 

     Participe de competições internacionais. Principalmente a VIS e a Jessup. Acesse o site do grupo de estudos em internacional da UFMG para se informar. Procure o GEDICI;

     Viaja-se muito, mas em geral para os lugares em que você foca sua atuação. É raro quem viaja o mundo inteiro;

     Pesquisa sobre a atuação de escritórios brasileiros com experiência na área internacional. Por exemplo: L.O. Batista e Noronha Advogados. 



Dicas adicionais:

  •       Siga duas dezenas de blogs em inglês, alemão, espanhol etc, nas área de negócios, fusões e aquisições, direito europeu, direito marítimo, etc. Vai ajudar muito. 
  •           Cure-se da doutrinação marxista das universidades brasileiras fazendo o Curso Online de Filosofia do Prof. Olavo de Carvalho (faça a inscrição neste link)


Gostaria de publicar sua mensagem no blog. Fiquei muito  lisonjeado com seu email. 

Um grande abraço,

Adler

27 comentários:

  1. Adorei a descrição de quem gosta de direito internacional: "Estudante que não se encaixa em lugar nenhum"....é exatamente isso!!! rsrsrs

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  2. Era a minha duvida, amei, queria mesmo saber como atuar no direito internacional na area de comercio exterior. Excelente !!

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  3. Era a minha duvida, amei, queria mesmo saber como atuar no direito internacional na area de comercio exterior. Excelente !!

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  4. Boa noite!
    Tenho um impasse com a universidade de evora. Gostaria de ajuda. Você pode me ajudar?

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  5. Boa noite. Gostaria de ler os artigos, mas não consigo acessar os links.

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    1. Eles devem ter apagado as reportagens. Vou atualizar com outros links.

      Abs.

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  6. Boa tarde, me formo no fim do ano e sou apaixonada por direito internacional. Mas o mercado de trabalho não é nada simples de ingressar, ainda mais quando nao se tem experiência na área. Tem alguma dica de escritório ou recomenda alguma pós graduação? Grata.

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    1. Caro Leitor,

      Eu recomendaria que você começasse nas áreas em que há mais demanda: contratos de câmbio, trading companies, casamentos internacionais, empresas de visto.

      Abs.

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  7. Alias, apresentei meu tcc (artigo científico) sobre requisição da pensão alimentícia no âmbito internacional. Me apaixonei mais ainda...

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    1. Renata,

      Esta é uma área que tende a crescer muito. Mas tente estudar um tema um pouco mais geral: direito registral internacional.

      Abs .

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  8. Olá, eu estou gostando muito do que li gostaria ler os dois artigos a cima, mas se encontram fora do ar.

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  9. Olá, eu estou gostando muito do que li gostaria ler os dois artigos a cima, mas se encontram fora do ar.

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    1. Obrigado!

      Parece que os links expiraram. Sinto muito.

      Abs.

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  10. "Cure-se da doutrinação marxista das universidades brasileiras fazendo o Curso Online de Filosofia do Prof. Olavo de Carvalho."

    Isso só pode ser palhaçada né? Se você se julga um produtor de conhecimento e tem a cara de pau de colocar isso, você, pelo perdão da palavra, é no minimo medíocre.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Cassiano,

      Devo agradecimentos a você.

      Seu comentário me fez ver que eu não havia colocado o link do Curso Online de Filosofia no post. Agora já está lá.

      Deus queira que muitos leitores se inscrevam no curso por consequência de seu comentário.

      Abs.

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    3. Concordo... Afinal, provavelmente não deve ser necessário ser de direita para exercer o direito internacional.

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    5. Este comentário foi removido pelo autor.

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    6. O que você fala é absolutamente verdadeiro. Não é preciso ser de direita para atuar na área internacional.

      De fato, a área internacional é uma das áreas em que os profissionais mais se identificam como sendo de esquerda. Não tenho nenhuma pesquisa científica sobre isso, mas é uma impressão comum de quem convive nesse meio.

      Tenho algumas suspeitas quanto ao motivo:

      1) Nos departamentos universitários e no meio profissional, há uma conexão forte entre direito internacional e direitos humanos. Talvez porque o campo de estudo dos direitos humanos esteja muito associado à atuação da ONU e de outros organismos internacionais. E, notadamente, o campo de direitos humanos tem mais pesquisadores alinhados a correntes marxistas e laicistas, que, por sua vez, fazem parte da esquerda;

      2) Os intelectuais de esquerda se formaram no exterior. É comum que os pensadores aliados ao PT e a outros partidos de esquerda tenham feito mestrado na França, doutorado nos EUA, etc. Isso cria uma rede de relações externas que colabora para a formação de departamentos internacionais;

      3) A produção intelectual da esquerda em países que falam espanhol é muito grande e, pela similaridade da língua, também muito acessível.

      Mesmo no direito internacional privado (contratos) e no campo de tributação internacional, a maioria dos profissionais também se identifica com causas de esquerda. Ainda que trabalhem para grandes empresas, são “socialistas” no coração.
      É justamente por causa dessa hegemonia do pensamento de esquerda que eu sugiro aos leitores o estudo de autores e obras esquecidos pelas nossas faculdades. A maioria desses pensadores faltantes são, genericamente, “de direita”.

      Você, que escreveu o comentário, por acaso aprendeu na faculdade sobre os tratados internacionais no livro dos Macabeus? Sobre Francisco de Vitória; Eric Voegelin, Juiz Scalia e Olavo de Carvalho? Eu não ouvi falar de nada disso durante minha graduação, embora sejam livros e nomes importantes para o direito internacional.

      Nesse sentido, só completei minha formação profissional muitos anos depois da formatura. Sugiro que você não cometa o mesmo erro.

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Olá, Adler!
    Sou aluna do segundo período de Direito (quase uma caloura ainda), mas já penso em atuar na área Internacional. Gostaria que me ajudasse com um palpite. O que seria mais válido neste atual momento, aprender uma terceira língua ou iniciar um curso de Relações Internacionais à distância?

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    1. Cara Raquel,

      Fazer um curso universitário no Brasil já te dará dose de marxismo cultural suficiente para a vida inteira. Não faça outro!

      Meu conselho é que você busque conhecer os mercados em que gostaria de atuar. Se quiser atuar com Direito de Família, conheça os funcionários dos cartório de Brasília, os funcionários dos consulados no exterior, os principais notary-public de Miami e Nova Iorque. Da mesma forma, se quiser trabalhar com operações financeiras internacionais, conheça os gerentes de bancos brasileiros, as regras internas de compliance dos maiores bancos, etc.

      Se quiser trabalhar com Direito Internacional Público, leia todas as resoluções dos órgãos em que deseja atuar (ONU, OMC, Banco Mundial), conheça os últimos 5 presidentes e toda a equipe.

      Nessa área há poucas publicações e quem conhece não fala (este blog é uma exceção). Você vai ter que se inserir na marra.

      Foi o que eu fiz. Até que deu certo.

      Não desanime.

      Abraços e boa sorte!

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Os comentários servem para discussões teóricas e para comentários políticos e econômicos. Se você precisa de auxílio em matérias de Direito Internacional, escreva para contato@adler.net.br.